Michelin anuncia fechamento de fábrica em Guarulhos e alerta ameaça de importações

A Michelin anunciou, em junho de 2025, o encerramento gradual das atividades da sua planta em Guarulhos (SP), previsto para ocorrer até o final deste ano. A unidade, responsável pela produção de cerca de 350 mil câmaras de ar para motos, bicicletas, pneus industriais e produtos semiacabados, emprega atualmente aproximadamente 350 trabalhadores.

👥 Impacto na mão de obra

Fechamento da Michelin de Guarulhos deixará centenas de desempregados no Brasil
Fechamento da Michelin de Guarulhos deixará centenas de desempregados em Guarulhos – SP

Os funcionários da unidade serão diretamente afetados. A empresa informou que está em negociação com o sindicato da categoria para oferecer um pacote de desligamento que incluirá apoio financeiro e orientação profissional. No entanto, os valores e condições ainda não foram divulgados publicamente.

📉 A razão: “supercapacidade” pressionada por importados

Segundo a própria Michelin, o principal motivo do fechamento é a supercapacidade do mercado nacional, agravada pela concorrência com produtos importados, especialmente da Ásia, que chegam ao Brasil com preços abaixo do custo de produção local. A empresa afirma que avaliou outras alternativas, mas considerou o encerramento da planta como a única opção viável neste cenário.


🌐 Excesso de importações e suas consequências para o Brasil

O caso da Michelin em Guarulhos é mais um entre muitos exemplos que refletem um problema estrutural da economia brasileira: a vulnerabilidade da indústria diante do volume crescente de importações, principalmente de países asiáticos.

1. Desindustrialização e perda de empregos
O fechamento de fábricas no Brasil tem se tornado cada vez mais comum. Casos recentes de grandes empresas que encerraram suas operações industriais no país evidenciam a dificuldade da indústria nacional em competir com produtos importados. Isso impacta diretamente o mercado de trabalho, gera desemprego e reduz o poder de compra da população.

2. Enfraquecimento da cadeia produtiva
A indústria não funciona de forma isolada. Quando uma planta como a da Michelin fecha, diversos fornecedores e prestadores de serviços — que vão desde o transporte até a matéria-prima — perdem seus contratos, o que afeta a economia local e regional.

3. Déficit na balança comercial e dependência externa
O Brasil apresenta um déficit expressivo na balança comercial de produtos manufaturados, resultado da grande quantidade de bens industrializados importados. Isso aumenta a dependência externa e torna o país mais vulnerável a oscilações cambiais e políticas internacionais.

4. Dificuldade de inovação e competitividade
Com margens apertadas e concorrência desleal, muitas empresas brasileiras deixam de investir em inovação, tecnologia e capacitação. Isso gera um ciclo vicioso: menos investimento leva à perda de competitividade, o que, por sua vez, favorece ainda mais os produtos estrangeiros.


🟠 O que o Brasil precisa fazer

Para reverter esse quadro e fortalecer sua indústria, o Brasil precisa adotar medidas estratégicas, como:

  • Revisar tarifas de importação, garantindo que o produto nacional possa competir de forma justa.

  • Reduzir o chamado “Custo Brasil”, investindo em logística, infraestrutura, qualificação da mão de obra e desburocratização.

  • Fomentar inovação e parcerias tecnológicas, promovendo o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado e menor dependência externa.


Conclusão

O fechamento da fábrica da Michelin em Guarulhos é mais do que uma decisão empresarial: é um sinal de alerta. A indústria brasileira está em risco, pressionada por um mercado global altamente competitivo e pela ausência de políticas eficazes de proteção e fomento à produção nacional. Se o Brasil deseja manter empregos, renda e soberania econômica, é preciso agir com urgência para conter os impactos do excesso de importações e criar um ambiente favorável à indústria local.

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